Foda-se...
Simplesmente, foda-se...
Vou falar de religião... OUTRA VEZ!
É verdade, mas as circunstâncias simplesmente me obrigam a tal.
Saramago o nosso prémio Nobel da Literatura depois da polémica com a Igreja com o "Evangelho Segundo Jesus Cristo" volta à crítica religiosa, e mais uma vez a Igreja está ofendida.
O que disse ele desta vez?
[A Bíblia é um]"manual de maus costumes, um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana"
Ele está certo? Parcialmente. As pessoas levam a Bíblia para onde quiserem. Se quiserem armar-se em deficientes e interpretar tudo literalmente claro que vai dar asneira. Se lerem com cérebro ligado, sentido crítico e encararem tudo como um livro qualquer, ainda se pode aprender umas coisas. Há que filtrar é claro, pois há valores na Bíblia ultrapassados e que já não se praticam desde que as mulheres podem sair à rua com o cabelo solto.
Mas isto óbvio, todos nós sabemos, para quê bater no ceguinho?
Mas é óbvio! Porque vende!
A Religião dá dinheiro, mas a crítica à Religião também vende! E a crítica à crítica da Religião também venderá, assim como a crítica à crítica da crítica da Religião, a crítica à crítica...
Enfim, já perceberam.
Se por um lado critico o Saramago por dar numa de Captain Obvious, também critico aqueles idiotas que se sentiram ofendidos.
Se quisessem mesmo mostrar que são superiores às críticas do Saramago então permaneceriam calados e ignoravam, deixando o Nobel da literatura a espernear e a fazer birra a um canto.
Mas não,infelizmente, o fanatismo e a religiosidade exarcebada ainda têm um lugar no nosso país.
O lado positivo?
Nos dias que correm, a generalidade dos que se sentem ofendidos são apenas os mais velhos, educados num regime religioso extremamente fechado, portanto, burro velho não aprende, e aí é compreensível. Mais grave são os jovens que se deixam levar pelas cantigas das Igrejas, especialmente aquelas que levam o chamado dízimo ( pagar uma fracção dos rendimentos à Igreja), é estúpido e idiota. Os jovens precisam de aprender a pensar, ou pelo menos tenta-lo e reconhecer que as coisas não são tão simples quanto mandar dinheiro para um Deus e esperar que ele fique feliz, que estranho Deus este. Mas divago...
O que queria dizer é que, a religião católica não é muito problemática, enquanto se mantiver na moderação, no respeito e na crítica às próprias crenças (ups, mas isso deixava de ser religião não é?). E penso que mais geração menos geração a Igreja perde a força que sempre teve. Algo a irá substituir, talvez algo mais grave e mais poderoso. Só Deus saberá o quê...
sábado, 24 de outubro de 2009
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4 comentários:
Não li a obra de Saramago mas ouvi-o nos órgãos de comunicação social e compreendo o que ele diz. Para o compreender é necessário saber um pouco acerca do modo de funcionamento do ser humano.
No fundo ele - como qualquer um de nós - só fala de si para si. Nós somente conhecemos o que se passa dentro de nós mesmos - por isso se diz e com razão que o homem é uma ilha.
Acontece que tudo aquilo que se passa dentro de nós e do qual não somos verdadeiramente conscientes - e isto tem muito que se lhe diga! - é e será sempre projectado.
Exemplo disso são os nossos complexos - entidades psicológicas inconscientes, geralmente semi-autónomas - que tomam forma e entram em cena como figurantes, nos nossos sentimentos e opiniões, em qualquer obra literária, ou mesmo nos nossos sonhos.
Ler Saramago é vê-lo e lê-lo por dentro!
Todo o homem é um microcosmo, um espelho, que reflecte e que projecta o que o anima e o que o rodeia.
Quanto ao que Saramago diz na obra «Caim» e de que muito se tem falado, julgo que ele não foi o primeiro, nem será o último, a perceber a natureza desse fenómeno a que se chama «deus».
Se alguém ler a conhecida obra de Carl Gustav Jung «Resposta a Jó» vai descobrir opiniões similares acerca do mesmo tema.
Saramago não inventou nada, somente vislumbrou com uma lucidez dramaticamente aguda, aquilo que a Bíblia colocou diante dos seus olhos, acerca de Deus e de Caim.
Somente queria deixar este breve testemunho!
m. dias
não consigo mais perceber inteligência neste homem.. achei que seu último livro seria mais um acalento, mas me enganei.. Quando alguns seres, com o passar da idade, vão se tornando velhos, e não idosos, seus pensamentos secam como as águas de um deserto. triste fim...
"Se quisessem mesmo mostrar que são superiores às críticas do Saramago então permaneceriam calados e ignoravam, deixando o Nobel da literatura a espernear e a fazer birra a um canto." ... é preciso dizer mais? pá, se todos fôssemos assim o mundo seria melhor... não só em relação a este tema, mas em tudo. não li o livro do homem, nem quero ler, porque não gosto da escrita do senhor, nem sei como lhe deram o prémio. N sei s gostas dele u não, mas eu não percebo mesmo como é que alguém que teve uma grave falha de aprendizagem a nível de sintaxe, pontuação e essas coisinhas que se aprende na escrita e na linguagem e na interpretação de textos na 2ª classe, pode ganhar um prémio por escrever bem...
Ando agora a ler o livro. E, francamente, não é uma crítica aberta. Apesar de haver algumas partes que o sugiram. Isto é, não é um livro inteiramente dedicado a falar mal da Igreja.
A escrita dele é complicada, mas vale pela originalidade.
Mesmo assim, penso que tudo foi uma manobra de marketing.
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